CIDADE DO VATICANO (LifeSiteNews) – O Cardeal Gerhard Müller apoiou o recente apelo do Cardeal George Pell à Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) para “repreender” os Bispos alemães pela sua “rejeição dos ensinamentos da Igreja Católica sobre a ética sexual.” “O Cardeal Pell” – escreveu o Cardeal alemão – “justifica-se plenamente ao recordar à Congregação para a Doutrina da Fé a sua responsabilidade de salvaguardar a verdade da Fé e a unidade da Igreja de Cristo na autoridade do Sucessor de S. Pedro, contra a heresia aberta do Sinodalismo Alemão.”
O Cardeal Müller deu à LifeSiteNews uma declaração (veja o texto completo abaixo) que tinha anteriormente partilhado com o jornal alemão Die Tagespost. Enquanto o Cardeal Pell incluiu o Cardeal Jean-Claude Hollerich na declaração que fizera, o Cardeal Müller, por seu lado, concentrou-se nas heresias dos Bispos alemães.
Como relatou a LifeSiteNews a 15 de Março, o Cardeal Pell emitiu uma declaração em que pedia à CDF para “intervir e pronunciar julgamento” sobre o Cardeal Jean-Claude Hollerich e o Bispo Georg Bätzing pela sua “rejeição total e explícita dos ensinamentos da Igreja Católica sobre a ética sexual.”
Hollerich afirmou recentemente que o ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade é “falso” e precisa de revisão. O Bispo Georg Bätzing, chefe da Conferência Episcopal Alemã, fez uma declaração semelhante quando expôs que esse ensinamento Católico precisa de mudar em relação à sexualidade e ao sexo antes do casamento. “Temos de mudar parcialmente o catecismo neste ponto” – afirmou, acrescentando que “a sexualidade é um dom de Deus. E não é um pecado.” O prelado alemão acrescentou que Jens Spahn, político da Alemanha que vive numa parceria com uma pessoa do mesmo sexo, “é um bom Católico.”
Os Bispos alemães, juntamente com um grupo de leigos, emitiram alguns votos preliminares em Fevereiro durante a sua reunião do Caminho Sinodal, após a qual declararam, entre muitas outras coisas: “que a homossexualidade praticada é reconhecida como moralmente permissível”.
Foi a estas declarações que o Cardeal Pell respondeu, apelando ao ofício doutrinal da Igreja, para que corrigisse tais prelados que desafiam os ensinamentos morais da Santa Igreja.
A Conferência Episcopal Nórdica, assim como o chefe da Conferência Episcopal Polaca, recentemente repreenderam publicamente os Bispos alemães. O Cardeal Walter Brandmüller também criticou os prelados alemães por “contradizerem abertamente as verdades da Fé” da Igreja Católica.
O Cardeal Müller vê o apelo do seu colega como “plenamente justificado.” Na sua declaração enviada ao LifeSite, o Cardeal fala de “heresia aberta” e insiste que “não devemos obedecer aos Bispos hereges, e todos os Católicos são chamados a dar testemunho da verdade contra eles, mesmo que façam valer o seu poder com força bruta, tal como os Bispos arianos e donatistas antigamente perseguiram os verdadeiros Católicos.”
O próprio Cardeal Müller foi o Prefeito da CDF de 2012 a 2017.
Veja a seguir, por favor, a declaração completa do Cardeal Müller:
O Cardeal Pell justifica-se plenamente, ao recordar à Congregação para a Doutrina da Fé a sua responsabilidade de salvaguardar a verdade da Fé e a unidade da Igreja de Cristo na autoridade do Sucessor de S.Pedro, contra a heresia aberta do Sinodalismo Alemão (cf. Vaticano II, Lumen Gentium 18). Quem quiser prescrever aos fiéis outras fontes de revelação para além das Sagradas Escrituras e da Tradição Apostólica, afastou-se da Fé Católica (cf. Vaticano II, Dei verbum 9f). Não devemos obedecer aos Bispos hereges, e todos os Católicos são chamados a dar testemunho da Verdade contra eles, mesmo que façam valer o seu poder com força bruta, tal como outrora os Bispos arianos e donatistas perseguiram os verdadeiros Católicos. Podemos ver isto mesmo no tratamento pouco caridoso do Cardeal Woelki, daquilo que estes “senhores da Fé” (2 Cor 1, 24) são capazes de fazer por conta própria. Eles não são vistos pelos Cristãos como “servos da sua alegria” em Jesus Cristo, que é o único Caminho, Verdade e Vida.
Quanto à sua proximidade do Papa Francisco, por quem se sentem constantemente “encorajados”, basta recordar a arrogância com que puseram de lado o pedido deste sobre a sua primazia na nova evangelização.