News
Featured Image
Jean-Claude Hollerich Imagem de YouTubeYouTube screenshot

CIDADE DO VATICANO (LifeSiteNews) – O Presidente da Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia manifestou o seu apoio à mudança do ensino da Igreja sobre os actos homossexuais, descrevendo a determinação bíblica do pecado como “falsa.”

Tais afirmações foram feitas pelo Cardeal Jesuíta Jean-Claude Hollerich, também Arcebispo do Luxemburgo, que foi nomeado pelo Papa Francisco como Relator Geral do “Sínodo sobre a Sinodalidade” (2021-2023), nos seus comentários à agência de noticias católicas alemã KNA. 

Perguntado pelos jornalistas como é que ele aborda a determinação da Igreja em afirmar que os actos homossexuais são pecaminosos, o Cardeal respondeu: “Creio que isto é falso.” Acrescentou ainda que “pensar mais sobre o ensino … pode levar a uma mudança no ensino.” O suposto método de repensar o ensino imutável da Igreja – disse Hollerich – é um método abraçado pelo Papa Francisco. 

O Papa fez afirmações contrastantes sobre a homossexualidade dentro da Igreja. Em 2018, o Papa afirmou que homens e mulheres com “esse tipo de tendência arreigada [atracção homossexual] não deveriam ser aceites no ministério ou na vida consagrada. O ministério ou a vida consagrada não é o seu lugar.” 

Também assinou a condenação pela Congregação para a Doutrina da Fé de 2021 de oferecer bênçãos eclesiais às uniões homossexuais, declarando que Deus “não abençoa nem pode abençoar o pecado.” 

No entanto, a 26 de Janeiro (2022), Francisco exortou os pais na sua audiência geral de quarta-feira a “acompanhar” os seus filhos que pudessem ter “orientações sexuais diferentes” em vez de “se esconderem numa atitude de condenação.” 

No mês passado, o Papa escreveu uma carta a uma freira católica que desafia abertamente o ensino da Igreja sobre a sexualidade, elogiando-a pelos seus “50 anos de ministério,” que foram principalmente dedicados à promoção da normalização da homossexualidade no seio da Igreja. 

Confiando na Revelação Divina, a Igreja tem ensinado desde o seu início que os actos homossexuais são contrários à natureza das relações sexuais, e que todos os homens e mulheres são chamados à castidade. 

O Catecismo da Igreja Católica (CIC 2357) observa: “Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a Tradição sempre declarou que «os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual. Não podem, em caso algum, ser aprovados.” 

Apesar da posição da Igreja que é clara e de princípio, delineando a complementaridade sexual entre homens e mulheres, Hollerich explicou que a sua razão para se afastar da norma histórica era que “o fundamento sociológico-científico deste ensino já não é correcto.” 

“O que antes se condenava era a sodomia” – disse ele – acrescentando que, em épocas anteriores da História, se presumia que, “no esperma do homem, a criança inteira estava presente. E isto é simplesmente transferido aos homens homossexuais.”

“Mas não há homossexualidade em nenhuma parte do Novo Testamento. Há apenas discussão sobre actos homossexuais, que foram, até certo ponto, actos do culto pagão. Isso era evidentemente proibido. Creio que chegou a hora de fazermos uma revisão aos fundamentos básicos do ensino,” – disse ele. 

Em numerosas ocasiões ao longo das suas epístolas, São Paulo condena os actos homossexuais como um “erro” e “uma vergonha.”

Na sua primeira carta aos Coríntios, São Paulo afirma que os actos homossexuais são pecaminosos e explica que os “homossexuais” não “herdarão o reino de Deus”, mas sim, segundo a sua carta aos Romanos, receberão “em si próprios o pago merecido da sua cegueira.” 

Os comentários do Cardeal seguiram-se a uma campanha pró-LGBT na Alemanha, na qual 125 funcionários da Igreja Católica, incluindo padres, professores e administradores da Igreja, fizeram, como parte da iniciativa “OutInChurch”, uma confissão pública da sua atracção pelo mesmo sexo. 

Os defensores dissidentes apelaram à eliminação de “declarações desactualizadas da Doutrina da Igreja” e “discriminação” contra indivíduos que se identificam como LGBT – e declararam o seu desejo de “viver abertamente sem medo” na Igreja, parecendo ignorar o §2358 do CIC, que esclarece que tais indivíduos “Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza”, enquanto “Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta.” 

Hollerich disse que existem “homossexuais entre os meus sacerdotes” na Arquidiocese do Luxemburgo. “Tenho mulheres e homens homossexuais entre os leigos”, acrescentou ele, “e eles sabem que têm um lar na Igreja”. 

“Connosco, ninguém é despedido por ser homossexual, connosco nunca ninguém foi despedido por causa disso” – afirmou Hollerich, acrescentando que também nunca despediu um empregado que “se tenha casado novamente” após o divórcio, dizendo que “eles ficariam desempregados. Como pode uma coisa destas ser cristã?” 

“A mudança a que assistimos hoje na civilização é a maior mudança desde a invenção da roda” – continuou o cardeal. “A Igreja sempre mudou com os tempos e sempre se adaptou. Mas houve sempre muito mais tempo para o fazer. Hoje temos de ser mais rápidos. Caso contrário, perdemos o contacto e já não podemos ser compreendidos.” 

No início deste mês, Hollerich exortou os Católicos a receberem as vacinas de COVID-19 manchadas pelo aborto, dando o seu apoio total ao sistema de “passaporte COVID” para o acesso aos serviços religiosos em todo o continente, condenando a resistência a tais medidas como uma causa de “dor e desorientação”. 

Este Cardeal jesuíta também expressou um “grande respeito” pelo exemplo alemão no Caminho Sinodal, declarando a sua abertura para ordenar mulheres ao Santo Sacerdócio e para admitir homens casados às Ordens Sacras.

0 Comments

    Loading...