CIDADE DO VATICANO (LifeSiteNews) – O Vaticano incluiu um grupo que pressiona a favor da ordenação de mulheres entre os recursos para o Sínodo sobre a Sinodalidade apesar de a questão da ordenação feminina já ter sido firmemente proibida pela Igreja. O Sínodo durará dois anos.
A Conferência de Ordenação das Mulheres (Women’s Ordination Conference – a WOC) anunciou a 19 de Janeiro que o seu “Esforço Sinodal e conjunto de ferramentas para Advogadas de Justiça por Ordenação, está agora listado no site oficial de recursos #synod do Vaticano”, em resposta à ordem sinodal do Papa para ouvir “especialmente aqueles que se encontram na periferia e que são frequentemente excluídos e esquecidos”.
“Let Her Voice Carry,” @OrdainWomen’s synodal effort and Toolkit for Ordination Justice Advocates, is now listed on the Vatican’s official #synod resources site: https://t.co/LCW3u6Sumi
— WomensOrdinationConf (@OrdainWomen) January 19, 2022
O site de recursos do Sínodo, gerido pelo Secretariado-Geral do Sínodo dos Bispos, inclui a página de recursos fornecida pela WOC, juntamente com links ao site da WOC e várias formas de partilhar a página. A WOC apela a um “renascimento” da Igreja para incluir mulheres como membros ordenados do clero, “sacerdotisas, diaconisas e bispas”.
O director executivo da WOC disse à Associated Press que “a integridade e o impacto do sínodo dependerá da inclusão de conversas corajosas sobre a igualdade das mulheres”.
A LifeSiteNews contactou com o Secretariado para mais comentários, e foi simplesmente recontada a mensagem de boas-vindas do site de Recursos Sinodais: “[A] publicação de qualquer contribuição não deve ser entendida como um apoio do seu conteúdo; nem ninguém deve interpretar tal publicação como um acto de reconhecimento formal, pelo Secretariado-Geral do Sínodo dos Bispos, do grupo ou da comunidade que submete a contribuição”.
Nos comentários dados ao National Catholic Register, o director de comunicação do Secretariado, Thierry Bonaventura, afirmou que o sítio de Recursos do Sínodo não estava a promover a WOC.
“Preferia falar de ‘partilha’, como o título do site”, disse ele, acrescentando que o site “pretende ser uma comunicação horizontal”.
O que é a Conferência de Ordenação de Mulheres?
Numa descrição do grupo encontrado no site da WOC – mais precisa do que a que se encontra no site dos recursos do Sínodo – a WOC é descrita como a “organização maior e mais antiga que trabalha para ordenar mulheres como sacerdotisas, diaconisas e bispas numa Igreja Católica Romana inclusiva e responsável”… “Uma voz feminista para as mulheres na Igreja Católica Romana, a WOC é um movimento de base que promove o activismo, o diálogo e o testemunho orante para apelar à plena igualdade das mulheres na Igreja”.
“Um sacerdócio renovado fará renascer a Igreja e transformará estruturas injustas na comunidade mundial”, afirma o grupo, que também condena a Igreja por definir papéis particulares como “masculino ou feminino”.
Os objectivos do grupo a longo prazo incluem a reforma da “governação” da Igreja para ser “inclusiva”, juntamente com a incorporação “feminist, womanist, mujerista, feminista, e outras espiritualidades libertadoras no catolicismo quotidiano”.
A organização descreve como uma “heresia” o ensino da Igreja de um sacerdócio apenas masculino, que foi ensinado por Cristo.
O conselho consultivo da WOC – cujos membros incluem todos os seus pronomes nas suas biografias – inclui a Irmã Jeannine Gramick, cujo trabalho anti-Católico pró-LGBT foi historicamente condenado pela Igreja, mas recentemente elogiado pelo Papa Francisco.
O grupo de Gramick – New Ways Ministry – está também listado no site dos Recursos Sinodais, após uma controvérsia em que o link foi retirado pelo Vaticano antes de voltar a colocá-lo, pedindo desculpa.
Ensino católico sobre a ordenação de mulheres
Apesar dos objectivos desejados pelo grupo, a Igreja Católica já proibiu claramente a ordenação feminina. Na sua Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis de 1994, o Papa João Paulo II afirmou firmemente que a Igreja «não se considera autorizada a admitir as mulheres à ordenação sacerdotal».
Tal proibição «a não admissão das mulheres à ordenação sacerdotal não pode significar uma sua menor dignidade nem uma discriminação a seu respeito», continuou o Pontífice.
Embora se mantenha na Tradição constante e universal da Igreja e seja firmemente ensinada pelo Magistério nos documentos mais recentes a doutrina de que a ordenação sacerdotal se deve reservar somente para os homens, todavia actualmente em diversos lugares continua-se a retê-la como discutível, ou atribui-se um valor meramente disciplinar à decisão da Igreja de não admitir as mulheres à ordenação sacerdotal.
Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente qualquer autoridade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja.
Tal carta decidiu a questão “de uma forma vinculativa e para toda a Igreja”, declarou o Cardeal Rainer Maria Woelki de Colónia em 2019.
Ele foi apoiado pelo Cardeal Gerhard Müller, antigo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que excluiu qualquer desvio do pronunciamento claro feito por João Paulo II.
“Não há dúvida, porém, que esta decisão definitiva do Papa João Paulo II é, de facto, um dogma da Fé da Igreja Católica, e que já era este o caso antes de este Papa ter, no ano de 1994, definido esta verdade que está contida na revelação”.
A ligação do WOC ao Sínodo foi saudada pelo ‘Católicos’ dissidentes
O grupo dissidente, pró-aborto e publicamente condenado Catholics for Choice saudou a notícia, com o presidente pró-LGBT dos Catholics for Choice a tweetar em apoio à WOC, juntamente com o Padre James Martin.
Mas o diácono Nick Donnelly, catequista e autor, condenou a ligação do Vaticano ao grupo como um “escândalo”.
Its a scandal that the Synodal Way website is linking to:
A group that promotes sodomy
A group that supports the sacriligious simulation of priestly ministry among women
— Nick Donnelly (@ProtecttheFaith) January 21, 2022
Damian Thompson, do The Spectator, advertiu que o movimento sugeria uma rejeição do ensino de João Paulo II, pois só “os progressistas [são] bem-vindos para se manterem católicos”.
The Vatican’s official Synod resource site just seems like a collection of lobby groups. https://t.co/ozue9vMeI8
— Catholic Sat (@CatholicSat) January 20, 2022